domingo, 29 de julho de 2012

Supersalários aumentam o abismo social

Edição de domingo, 29 de julho de 2012
Fonte: diariodenatal.com.br

Enquanto um terço do povo brasileiro sobrevive com apenas um salário mínimo, no valor atual de R$ 622,00 do outro lado da moeda existem os "tubarões", que recebem os chamados supersalários. Com a divulgação das remunerações de parte das autarquias públicas do Executivo e do Judiciário do Rio Grande do Norte veio à tona numericamente o abismo social que divide a população.


Cledna Maria Pereira, ASG, clama por uma menor desigualdade salarial. Foto: Elias Medeiros/Esp. DN/D.A Press
O salário médio do trabalhador brasileiro fechou o ano passado em R$ 1.650,00, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Alguns privilegiados ganharam, somente no mês de junho, quantias quase 100 vezes maiores do que essa média. Dos salários divulgados de funcionários públicos lotados no Rio Grande do Norte referentes ao mês de junho, os maiores se concentram no Tribunal Regional do Trabalho (TRT).

A folha do TRT fechou em torno de R$ 19 milhões. Teve magistrado que chegou a receber, excepcionalmente em junho, mais de R$ 150 mil líquidos. Mas também existem ténicos ganhandomais do que um juiz. Para chegar a acumular esse valor, um trabalhador comum que recebe R$ 575,00 líquidos por mês, tem que trabalhar mais de 20 anos sem gastar nenhum centavo durante esse período.

A Constituição Federal diz que nenhum servidor público pode ganhar acima do salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que é de R$ 26,7 mil. Esse é o chamado teto constitucional. No entanto, existem pagamentos em quase todas as listas de órgãos públicos divulgadas até este sábado que, na prática, extrapolam esse valor.

A justificativa dada pelos órgãos é de que os valores acima do teto correspondem às vantagens pessoais, eventuais ou pagamentos decorrentes de decisões judiciais relativas a dívidas passadas. Esses itens não são incluídos pelos entes públicos para a verificação do teto.

Enquanto aqueles que possuem os salários privilegiados têm condições de luxar, com carros importados, uísques caros e viagens para o exterior, a maioria dos trabalhadores precisa fazer "milagre" para sobreviver. O abismo social é profundo até mesmo entre os próprios servidores.

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